Desenvolvimento da soja no RS é favorecido pelo clima
O plantio da soja no RS evoluiu de 98% para 99% da área projetada. A estimativa de plantio para a safra 2023/2024 é de 6.745.112 hectares, e a perspectiva de produtividade é de 3.327 kg/ha. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (11/01) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), a redução do volume de precipitações e a elevação da temperatura proporcionaram condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras de soja, evidenciado pelo aumento do porte das plantas. No momento, 85% das lavouras de soja encontram-se em estágio de desenvolvimento vegetativo, 14% em fase de floração e 1% em enchimento de grãos.
Do ponto de vista fitossanitário da soja, há apreensão na Região Oeste do Estado devido à detecção precoce da ferrugem asiática em comparação a anos anteriores. Esse quadro foi agravado pelas condições propícias à rápida disseminação dos esporos, decorrentes das constantes chuvas. No período, prosseguiu o monitoramento e a aplicação de fungicidas de forma preventiva, além do controle químico de ervas espontâneas/concorrentes.
Enquanto prossegue a implantação escalonada de lavouras de milho no RS, alcançando 94% da área, a colheita do cereal alcançou 13% da área cultivada, projetada em 817.521 hectares. A diminuição do volume de precipitação, nas últimas duas semanas, refletiu na redução da umidade nos grãos, aproximando-os dos teores ideais para o processo de trilha, o que facilitou e acelerou a operação. Os resultados da colheita apresentam variações, mas, conforme observado nas áreas colhidas, indicam tendência de redução na produtividade inicial, prevista em 7.414 kg de milho/ha. A causa dessa diminuição foi o excesso de chuvas, que resultou na lixiviação de nutrientes e prejudicou a polinização durante a fase reprodutiva. A confirmação efetiva dessa diminuição da safra só será possível à medida que a colheita avançar para lavouras de plantio mais tardio.
A área plantada com milho silagem no RS progrediu para 80% da projeção total, que é de 364.291 hectares para esta safra. Simultaneamente, a colheita destinada à confecção de silagem de planta inteira atingiu 25% dos cultivos. Restam 20% das lavouras no ponto de corte; 24%, em fase de germinação e desenvolvimento vegetativo; e 31%, entre floração e enchimento de grãos. A produtividade estimada é de 39.088 kg/ha.
Prosseguiu-se a implantação de lavouras de feijão 1ª safra na Região Nordeste do Estado. As condições ambientais propiciaram o plantio e o estabelecimento inicial das lavouras. Nas demais regiões produtoras, a colheita do feijão teve continuidade. Para a Safra 2023/2024, projeta-se área de cultivo de 29.053 hectares em primeira safra, cuja produtividade estimada é de 1.775 kg/ha.
O Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga) projeta para esta safra de arroz uma área de cultivo de 902.425 hectares. A Emater/RS-Ascar estima a produtividade média de 8.359 kg/ha. NO Estado, a semeadura está tecnicamente encerrada. Estima-se que 95% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo e 5% em florescimento. As lavouras semeadas em outubro e novembro estão com a irrigação regular e apresentam excelente aspecto visual, em razão da longa sequência de dias ensolarados e das temperaturas adequadas. A disponibilidade abundante de água facilita os trabalhos de irrigação do arroz, que reflete em melhor qualidade no manejo de plantas daninhas, além de vantagens que o solo saturado de água proporciona para a cultura. Quanto aos tratos culturais, está sendo realizado o monitoramento de pragas e doenças.
PASATAGENS E CRIAÇÕES
Apesar do bom desenvolvimento das pastagens de verão, os bovinos de corte estão consumindo menos, devido às elevadas temperaturas. O calor excessivo, durante o dia, também tem dificultado as ações de reprodução. O estresse térmico está afetando especialmente os bovinos de raça europeia, prejudicando o desempenho reprodutivo desses rebanhos. A condição sanitária dos bovinos permaneceu adequada, mas seguem os relatos de infestações de ectoparasitas, como carrapato, mosca-dos-chifres e berne.
O aumento das temperaturas ocasionou impactos adversos no bem-estar, no consumo e na produtividade dos bovinos de leite. Apesar do rápido crescimento das pastagens de verão, as elevadas temperaturas dificultam e diminuem a eficiência do pastejo. A saúde animal manteve-se estável, requerendo, contudo, intervenções para o controle de ectoparasitas. A redução nos preços do leite constitui uma preocupação relevante, exercendo efeito negativo nas margens de lucro dos produtores gaúchos.
Na região de Caxias do Sul, os produtores de leite com maior infraestrutura adotaram medidas, como aspersores e ventiladores, para melhorar o conforto térmico dos animais. Nos sistemas à base de pasto, os animais estão sendo conduzidos para ambientes sombreados e com acesso à água. Nas de Pelotas e Santa Rosa, o estresse térmico provocado pelo excesso de calor tem prejudicado o bem-estar animal, impactando de forma negativa a produção leiteira, bem como aumentando as infestações por carrapato.
A Lagoa dos Patos mantém nível de água acima do padrão. O Fórum da Lagoa dos Patos está ativamente engajado na discussão da eventual prorrogação do período de defeso, motivada pelas projeções desfavoráveis para a safra de camarão na região. No município de Pelotas, destacam-se registros de captura de corvina, embora de volumes reduzidos, e a presença de linguado e tainha no mercado. Na bacia da Lagoa Mirim, o período de defeso está vigente até 31/01.
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