Plantabilidade e manejo de solos recebem destaque em Dia de Campo

Plantabilidade e manejo de solos recebem destaque em Dia de Campo

Um público superior a 150 pessoas teve a oportunidade de compreender mais sobre aspectos que impactam na produtividade e na sustentabilidade das atividades agropecuárias no Dia de Campo do Projeto Plantio 360, na terça-feira (18/03), em Santo Ângelo. A propriedade da família Dezen, onde a ação foi realizada, é uma das 35 Unidades de Referência Tecnológica (URT) do projeto Plantio 360 no Estado.

Criado pela Emater/RS-Ascar e Syngenta, o Projeto busca promover a atenção à saúde do solo, às novas tecnologias e à sustentabilidade, com adoção de técnicas eficientes de semeadura e tratamento de sementes. O dia de campo contou também com a parceria da Tatu Marchesan e Prefeitura. O prefeito de Santo Ângelo, Nívio Braz, destacou a importância de ações como esta, com a demonstração de alternativas que podem ser adotadas e adaptadas aos perfis de propriedades dos municípios da região.

Aspectos da plantabilidade estiveram em pauta na estação conduzida pelo extensionista da Emater/RS-Ascar Jaderson dos Anjos Toledo, com a apresentação de dados de pesquisas científicas e orientações em relação à qualidade dos insumos, dessecação e corte da palha, manutenção da máquina, profundidade da semente, boa distribuição do adubo e semente, velocidade do deslocamento e avaliação de como está ocorrendo a semeadura.

Na participação de representantes da Tatu Marchesan, exemplos de implementos existentes e seu funcionamento, com um portfólio de plantio de duas a 72 linhas, atendendo desde pequenas a grandes propriedades.

Práticas conservacionistas do solo, a exemplo do manejo outonal de plantas de serviços e resultados obtidos na URT, foram abordados na estação sob responsabilidade da extensionista da Emater/RS-Ascar Márcia Dezen e do assistente técnico regional na área de solos, Rubens Tesche. Na propriedade, o cuidado com o solo evoluiu ao longo do tempo, uma vez que a família de Jorge Dezen foi uma das primeiras a adotar o sistema de plantio direto, há mais de 40 anos.

Recentemente, entre os pontos de atenção esteve a manutenção da descompactação do solo e o uso de gramíneas com sistemas radiculares agressivos, a exemplo do capim sudão. O diferencial destas culturas está nas características da raiz, importantes para a agregação do solo e ampliação da porosidade. É através destes poros que a água infiltra e circula o oxigênio que chegam até a raiz. Além disso, resta a matéria orgânica, importante para a proteção do solo.

Outra recomendação, validada pelos resultados positivos obtidos na propriedade, é logo após a colheita da soja abrir trincheiras de 50 cm de profundidade e, caso identificado problema de adensamento, corrigir com subsolagem e realizar análise de solo em três profundidades. Se detectada grande variabilidade de concentração de nutrientes, corrigir e uniformizar o perfil de solo e, de imediato, entrar com a semeadeira com espaçamento de 17 cm, com alta densidade de gramíneas como o milheto, capim sudão, sorgo granífero, sorgo forrageiro ou milho grão. O uso de plantas C4, que possuem mecanismo concentrador de carbono, também é incentivada por políticas de crédito.

Orientações sobre aplicação de herbicidas hormonais, em consonância com as normativas da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), estiveram presentes em outra estação do dia de campo, conduzida pelo extensionista Elton Luís Naumann.

A regulagem adequada dos pulverizadores e a eficiência na aplicação diminui os custos, aumenta a renda e reduz os impactos sobre a saúde e em relação ao meio ambiente. Entre as orientações apresentadas estão as condições climáticas a serem observadas para evitar a deriva, com destaque para os herbicidas hormonais, sendo que a aplicação apenas pode ser feita quando a velocidade do vento for menor que 10 km/h, a umidade relativa do ar for superior a 55% e a temperatura ambiente menor do que 30ºC.