Orientações sobre irrigação são compartilhadas com agricultores em Tuparendi

Agricultores da região de Santa Rosa acessaram informações técnicas e sobre políticas públicas no Painel Água no Sistema Solo - Planta - Atmosfera e a Técnica da Irrigação, realizado nesta quinta-feira (11/07), em Tuparendi. O evento foi promovido pela Comissão de Agropecuária da 8ª Feira Industrial, Comercial e Agropecuária de Tuparendi (Ficat) e pela Emater/RS-Ascar, que realiza o trabalho na área em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

A realização do painel reconhece a importância de abordar tecnologias para o setor agropecuário, que movimenta a economia da região, impactando em todos os demais segmentos, desde o setor de indústria e comércio até os serviços. Neste sentido, entre as lideranças que prestigiaram o evento, estiveram a gerente regional adjunta da Emater/RS-Ascar, Ivânia Bernardete Polaczinski, e o presidente da 8ª Ficat, Rubem Marostega, que reiterou o convite para a feira que celebra os três setores, de 6 a 10 de setembro.

A realização do evento também leva em conta o prognóstico climático apresentado pela Seapi, que aponta para um inverno com tendência de chuva próxima da normalidade, oportunidade de reservar água, e indica atenção para a primavera, com previsão de La Niña no segundo semestre, com chuva inferior à normalidade entre outubro e novembro, quando a irrigação pode fazer ainda mais diferença.

Contexto técnico e ambiental da irrigação

O uso e manejo da água num sistema que leva em conta o solo, a planta e a atmosfera permearam a palestra do assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar Marco André Junges.

O alerta para cuidados ambientais foi transversal à fala, uma vez que somente com um equilíbrio ambiental, social e econômico é possível beneficiar o coletivo, desde agricultores em suas propriedades até toda a sociedade.

Visando a disponibilidade de água para as plantas, seja através da irrigação ou pela armazenagem da água da chuva, Junges alerta para a importância de manter um solo bem conservado e estruturado. “Os produtores precisam conhecer características físicas, químicas e biológicas do solo, porque se este estiver compactado não é possível armazenar água e se o solo não estiver química e biologicamente equilibrado, não se consegue produzir”, destacou o engenheiro agrônomo, ao lembrar que um dos principais bens perdidos nas propriedades durante as enxurradas de maio foi o solo.

Entre as práticas recomendadas está o terraceamento, uma vez que a função do terraço é reduzir o comprimento da rampa e, com isso, diminuir a velocidade do escoamento da água superficial e permitir a retenção da água da chuva. Além de permanecer na lavoura, a água contribui para a recarga de aquíferos.

O palestrante lembrou ainda que o Rio Grande do Sul possui volumes pluviométricos que seriam suficientes para suprir as principais culturas, contudo, essas chuvas são mal distribuídas. É neste sentido que a reservação de água e a irrigação em períodos adequados pode fazer a diferença.

Os extensionistas da Emater/RS-Ascar, quando acionados para a elaboração de projetos de irrigação, realizam um diagnóstico de viabilidade, com a análise de pontos-chave da propriedade como disponibilidade de água, cultura a ser irrigada, tipo de solo, relevo, energia, escolha do sistema, manejo da irrigação e possibilidade de pós-venda com a aquisição de materiais preferencialmente de empresas da região.

Irrigação em Tuparendi

No município de Tuparendi, a irrigação tem avançado como tecnologia para manutenção e ampliação da produtividade. O chefe do Escritório Municipal da Emater/RS-Ascar, Albino Motter, relata que através de políticas públicas do Estado do RS já foram viabilizados 38 açudes para reservação de água e 20 sistemas de irrigação voltados à atividade leiteira, produção de grãos, fruticultura e olericultura.

Atualmente estão em desenvolvimento dois projetos para ampliação da irrigação, um projeto novo para a instalação de irrigação e três aguardando autorização para a implantação de cisternas, através do Programa Supera Estiagem.

Como viabilizar

A extensionista da Emater/RS-Ascar, Débora Schallemberger de Souza apresentou uma oportunidade de viabilizar novos sistemas de irrigação: o Programa Supera Estiagem – Etapa Dois, da Seapi, que disponibiliza em torno de R$ 220 milhões em subvenção para produtores gaúchos interessados em implantar a irrigação.

Os agricultores recebem de volta, em parcela única, 20% do valor do projeto, podendo ser beneficiados com um subsídio de até R$ 100 mil. Podem estar inclusos neste valor, reservatórios, sistemas de irrigação e melhorias de rede.

Os escritórios municipais da Emater/RS-Ascar estão à disposição para o diagnóstico da viabilidade e para a elaboração de projetos técnicos e de crédito para sistemas de reservação de água e irrigação.