Com a soja em destaque, RS bate recorde na exportação agrícola no trimestre

Exportações de soja no último trimestre mais que dobraram no Rio Grande do Sul

Com a soja em destaque, RS bate recorde na exportação agrícola no trimestre

O agronegócio acompanhou o ritmo de retomada da economia em 2021. Conforme o governo do Estado, as exportações do setor do Rio Grande do Sul atingiram US$ 4,8 bilhões no terceiro trimestre de 2021, uma alta de 59,5% em valor em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em termos nominais, sem considerar a inflação, o valor exportado no período foi o maior de toda a série histórica, iniciada em 1997, superando a marca anterior, registrada no terceiro trimestre de 2013. Em termos absolutos, o incremento nas vendas de julho a setembro foi de US$ 1,8 bilhão.

Entre os setores mais representativos do agronegócio gaúcho, o complexo da soja registrou vendas de US$ 2,9 bilhões no período, 60% do total comercializado no segmento, uma alta de 105,1% na comparação com igual período de 2020.

As informações sobre as exportações no terceiro trimestre e o acumulado do ano fazem parte do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado na nesta quarta-feira (10) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e elaborado pelos analistas Rodrigo Feix e Sérgio Leusin Júnior.

A produção recorde da soja em 2021, em contraste com a estiagem que prejudicou o cultivo no ano passado, é uma das explicações para o desempenho no período. "Uma parcela significativa do crescimento observado é explicada pelo retorno à média dos níveis de produtividade da safra de 2021, somada à variação nos preços médios do produto em dólar, fruto da dinâmica do mercado internacional", explica Leusin Júnior.

China segue sendo o principal destino das exportações gaúchas

Em relação aos principais destinos das exportações, a China segue na liderança, responsável por 56,7% de tudo que o agronegócio do Rio Grande do Sul vende para outros países. A nação asiática registrou um crescimento absoluto de US$ 1,3 bilhão (+93,5%) de janeiro a setembro. A sequência do ranking é composta pela União Europeia (10,2%), Estados Unidos (4,1%), Coreia do Sul (2,3%) e Emirados Árabes Unidos (1,7%). Esses cinco destinos são responsáveis por 75% do total das vendas.

Além do complexo soja, os setores de carnes (US$ 645,4 milhões em vendas, com alta de 25,1%), produtos florestais (US$ 461,9 milhões e alta de 101,1%), couros e peleteria (US$ 115,8 milhões e crescimento de +52,3%) e máquinas agrícolas (US$ 106,7 milhões e aumento de 59,4%) apresentaram desempenho positivo no terceiro trimestre, enquanto fumo e seus produtos (US$ 249,4 milhões em vendas e queda de 29,9%) e cereais, farinhas e preparações (US$ 112,9 milhões em vendas e redução de 27,5%) registraram baixas nas vendas.

No complexo soja, a alta no trimestre é explicada pelas vendas do grão (+112,1%), do farelo (+42,9%) e do óleo (+393,6%). No setor de carnes, as exportações de carne de frango (+38,7%) e carne suína (+17,7%) sustentaram o resultado. Nos produtos florestais, o desempenho da celulose (+125%) foi o principal responsável pelos números positivos.

Entre as baixas, o arroz puxou a queda nos números do setor de cereais, farinhas e preparações (menos US$ 54,7 milhões em vendas, com queda de 37,3%), e o fumo não manufaturado (menos US$ 86,8 milhões e redução de 28,1%) foi o responsável pelo desempenho negativo da indústria fumageira.

De janeiro a setembro, agro exportou US$ 11,5 bilhões

Entre janeiro e setembro de 2021, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 11,5 bilhões, o que correspondeu a 74% do total exportado pelo Rio Grande do Sul no período. Em relação aos nove primeiros meses do ano passado, a alta chegou a 42,7% em valor, o que representa um incremento de US$ 3,4 bilhões em termos absolutos.

Quanto aos setores do segmento, o complexo soja (US$ 6,1 bilhões), carnes (US$ 1,8 bilhão), produtos florestais (US$ 1,1 bilhão), fumo e seus produtos (US$ 849,7 milhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 458,6 milhões) foram os principais destaques.

"Até setembro o Rio Grande do Sul exportou um volume equivalente a 60% da produção de soja colhida no território. Nos próximos meses, a comercialização irá concorrer em concorrência com a soja norte-americana, o que pode gerar pressões nos preços no mercado internacional", destaca Leusin.

Como costuma ocorrer, o Rio Grande do Sul registrou saldo negativo de 3.264 postos de trabalho com carteira assinada no agronegócio no terceiro trimestre de 2021. O resultado é reflexo da sazonalidade da produção agrícola gaúcha e das atividades da indústria ligada ao segmento. No mesmo período de 2020 a redução foi de 1.137 empregos. Ao final do terceiro trimestre de 2021, o agronegócio contava com 353.553 vínculos ativos de emprego com carteira assinada no Rio Grande do Sul.

"O segundo e o terceiro trimestres são marcados pela desmobilização parcial da mão de obra admitida por tempo determinado nos primeiros meses do ano para a safra de verão. Em 2021, refletindo a recuperação da produção agrícola, a contratação de trabalhadores temporários foi maior no primeiro trimestre e isso ajuda a explicar a maior perda de empregos nos últimos meses", analisa Feix.